Havia um modo diferente de olhar naqueles olhos de sempre. Eles olharam para a minha blusa nova. Eles me assaltaram dela, me deixando nua como se eu não merecesse usá-la. Era um olhar de inveja impronunciável. Não teria nunca se convertido em um elogio- "sua blusa é linda"- mesmo que falso - "lhe cai tão bem...". Não houve tempo de trair o sentimento. Os olhos dela, normalmente comedida, educada, sobressaltaram-lhe a face, adiantando-lhe - e a mim - o seu desejo.
Foi assim, um segundo, um olhar e uma blusa. E naquele plano mais que rápido foi que os meus olhos roubaram um segredo. E captaram pra sempre uma invejinha vã.
Tivemos vergonha de compartilhar o registro do registo do registro de - e abaixamos a cabeça para tudo continuar em segredo.
Melhor assim, Pollyanna?
sábado, 1 de março de 2008
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